Black - Pearl Jam

Bom, hoje eu vou escrever sobre uma música que eu gosto muito, e todos que me conhecem sabem disso: a música Black, do Pearl jam. Muitos nem sabem do que a música fala, assim como eu antes gostava da música apenas pela música e pela interpretação de Eddie Vedder cantando ela. Só um tempo depois de conhecê-la e mesmo depois de decorá-la em inglês, eu fui saber a tradução e ainda mais além, entender do que se tratava. ...Leia Mais

Diria sem pertanejar que essa é a música tema pra minha vida. Não muito pela letra ou pela melodia, isoladamente falando, mas alguma coisa nessa música me dá força nas horas de bad e, ao mesmo tempo, energia nas horas boas. Definitivamente a música que eu gostaria que tocasse no dia da minha morte.

Mas seguindo a interpretação, quem nunca passou por uma desilusão ou sentiu seu mundo cair ao perceber que a pessoa a quem mais se ama por algum motivo não nutre mais os mesmos sentimentos? Essas podem se dividir em três grupos distintos: as que não viveram o bastante ainda; aquelas pessoas fúteis o bastante para enganar a si mesmas de que são auto-suficientes; e as que tiveram a sorte de encontrar a pessoa certa na primeira oportunidade. Tirando a terceira classe, as pessoas que disserem nunca ter passado por isso não podem marcar em seu checklist da vida essa missão como cumprida. Acho que é isso que faz a música ser universalmente apreciada por tantas pessoas: ela fala de um sentimento muito comum. A interpretação de Eddie faz ela ficar ainda mais forte.

A música foi tocada publicamente pela banda em 22 de outubo de 1990, no Off Ramp Cafe, em Seattle. Ela dá margem a algumas interpretações diferentes mas a maioria concorda que é uma história sobre um término de relacionamento onde quem conta a história ainda ama muito a pessoa que o deixou. Como no início de todo relacionamento, tudo é puro, intocado. No caso da música de Eddie, dá-se a entender que de repente tudo fica negro (aham... isso mesmo, Black), e ele se sente preso ao chão, impossibilitado, pois alguma coisa muda (o motivo não é o foco da música) no sentimento da pessoa que ele ama. Desiludido, ele não vê mais sentido em nada que ele veja, seja ou possa se tornar daí pra frente. Ele ainda acha que um pertence ao outro (como Eddie canta: "we belong together", em sua interpretação da música no acústico MTV ou no trecho final no CD Dissident, ao vivo, onde ele canta "I don't think these people understand, oh no one understands, We belong together, together!").

Uma pseudo-descrição do comumente chamado pé na bunda, descrito de uma maneira que só Eddie Vedder conseguiria metaforizar de uma forma tão poética e depressiva. Segue a tradução:
"Panos de tela em branco
Tiras de argila intocadas
Foram dispostas diante de mim como o corpo dela um dia esteve
Todos os cinco horizontes (sentidos) girando ao redor de sua alma
Como a Terra ao redor do Sol
Agora o ar que eu provei e respirei mudou de rumo
E aquilo que eu ensinei a ela, era tudo
Eu sei que ela me deu tudo que aprendeu
E agora minhas mãos machucadas se esfolam para alcançar as nuvens
daquilo que foi esse "tudo"
Todos os quadros foram banhados em preto
Tatuando tudo

Eu dou um passeio lá fora
Sou rodeado por algumas crianças brincando
Eu posso sentir as risadas delas, então porque eu desanimo?
E pensamentos entrelaçados giram em círculos na minha cabeça
Estou girando, estou girando
Quão rápido um sol pode se pôr
E agora minhas mãos amargas embalam cacos de vidro
daquilo que foi tudo
Todos os quadros foram banhados em preto
Tatuando tudo

Todo o amor se tornou mal
Todo o meu mundo se tornou negro
Tatuando tudo que vejo
Tudo que sou
Tudo o que serei

Eu sei que algum dia você terá uma bela vida
Eu sei que você será uma estrela no céu de um outro alguém
Mas por que não pode ser no meu?"
...Esconder